quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

CCC – Canais Curtos de Comercialização. Estratégia para o desenvolvimento rural sustentável e uma dieta saudável. (4)





Que é canal curto de comercialização e porque é uma alternativa à globalização

A longitude dos canais de comercialização desde uma perspectiva econômica,  se diferenciam  pelo número de intermediários que operam  na articulação entre produção e consumo. Um canal longo ou tradicional é aquele onde diferentes agentes desenvolvem as funções de atacado e varejo.

O atacadista é quem está em contato com o produtor, adquire grandes quantidades de produto  que transporta e estoca em locais  próximos aos centros de consumo. O varejista é que está em contato com os consumidores, adquire produto do atacadista e transforma as grandes quantidades do atacadista, em surtido variado de produtos que vende ao consumidor.

O canal curto é aquele em que um mesmo agente faz as funções  de atacadista e varejista, estabelecendo contato direto com produtores e consumidores. O encurtamento do canal entendido exclusivamente como a redução do número  de intermediários entre produção e consumo, tem sido generalizada da grande  distribuição comercial alimentaria na globalização. Ao integrar as funções atacadistas e varejistas e estabelecer contato com produtores e consumidores , as grandes empresas consolidam seu poder estratégico no contexto da globalização.


O incremento do numero de intermediários, encarece necessariamente os preços dos alimentos  na venda ao consumidor, já que cada agente precisa pelo menos pagar os custos do seu trabalho. Porem a situação inversa é falsa ou como mínimo não automaticamente verdadeira e a redução do numero de intermediários não garante a redução dos preços de compra para o consumidor final, nem melhores preços para os produtores.
No outro extremo, um canal de comercialização que parece longo, por exemplo, um grupo agricultores familiares organizam uma central de cooperativas que vende seus produtos nos mercados locais através de lojas de cooperativas de consumidores é identificado pela literatura acadêmica como um canal curto de comercialização. Então o numero de intermediários  não é a caraterística fundamental nem prioritária na definição dum canal curto.

Os canais curtos de comercialização alimentar são definidos como “as inter-relações entre atores que estão diretamente implicados na produção, transformação, distribuição e consumo de novos alimentos”  (Renting et al.,2003) Essa definição deixa aberta a porta a uma ampla gama de formas de articulação da produção e consumo sendo as palavras chave e
“Não é o numero de vezes que um produto troca de mãos ou a distância de origem que são necessariamente criticas, senão o fato de que o produto chegue ao consumidor com informação. É isso o que permite ao consumidor fazer conexões  e associações com o local/espaço de produção.
Quebra-se assim a definição clássica e convencional de canal curto e perde importância a questão da distancia física e se formulam quatro caraterísticas que definem os canais curtos alimentares.
  • A capacidade de ressocializar e reterritorializar o produto alimentar gerando vínculos com o local e inclusive com a propriedade.
  • A redefinição da relação produtor – consumidor sinalizando a origem do alimento.
  • O desenvolvimento de novas relações para novos tipos de oferta e demanda com novos critérios que relacionem preço e qualidade.
  • Ênfase na relação entre produtor e consumidor para construir valor. A habilidade em permitir alguma forma de conexão entre o consumidor e o produto alimentar.

Tipos de canais curtos :

“Face à face” ou venda direta onde a confiança está mediada pela interação pessoal
“Proximidade espacial” incluindo todo tipo de alimentos produzidos  e distribuídos  em regiões especificas onde os consumidores são atraídos pela alusão ao local, do produto.
“Espacialmente estendido”  nos casos que o valor e significado que se transmite ao consumidor se baseiam no local e na produção. (Trasladado a distancia)













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